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sábado, outubro 24, 2009

Texto dos outros: ''Mude com moderação''

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_É ele_Falei, entregando o celular. Minha mãe pegou o aparelho com os olhos muito arregalados e a ouvir o que o sujeito tinha a dizer.

Tudo tinha começado dez minutos antes, naquela fatídica e quente tarde de primavera. Não muito certa do que estava fazendo, eu finalmente tomei coragem e contei:
_Mãe, eu tenho um namorado.

Pronto! Dissipou-se a paz cotidiana. Ilusões de pais podem ser um tanto perigosas ao se quebrarem, principalmente quando se fala de mudanças inesperadas na vida da ÚNICA filhinha inocente, que até então só se interessava por livros. Meu, pai, que foi informado em seguida, não reagiu muito bem... Acho que ficou até meio deprimido, tadinho.

Mas... Hello!! Eu já tinha 15 anos nas costas. Dizem que para os pais, os filhos nunca crescem. As filhas, pelo jeito, morrem virgens. Penso que todos os casais tenham, intimamente, o sonho de ter filhos que nunca os surpreendam, que não cresçam e, principalmente que não MUDEM. Se forem indagados sobre isso, certamente dirão que "Não, imagina!", mas não é isso que mostram as evidenciais reais. No meu caso, por exemplo, foi como explodir uma bomba no meio da sala, quase o mesmo efeito de eu ter dito "Eu matei a vizinha" ou "Eu vou me mudar pra Austrália".

Pois bem, o próximo passo foi explicar quem era o rapaz responsável pelo 'transtorno'. Eu, bastante desconfortável, disse o que convinha dizer:"Rapaz estudioso, filho de família religiosa...". E aí, tive a brilhante ideia de poupar minhas palavrinhas e acelerar o fim da lenga-lenga. Peguei meu celular (C55 rosa), disquei o número de infeliz e passei pra minha mãe resolver por si só se gostava ou não dele (não que isso fizesse diferença), afinal a ideia de tornar nosso tórrido romance às escondidas em namoro sério foi dele.

A conversa até que me pareceu positiva, apesar dos olhos arregalados já descritos. Naquela noite, eu já fui dormir oficialmente namorando. E, apesar de mero convencionalismo, minha vida mudou bruscamente depois disso, até as pessoas começaram a me olhar diferente. Eu não era mais criança, já estava NA MO RAN DO.

Não vou entrar em pormenores como, por exemplo, as reações adversas de meus avós e outros parentes, mas, posso resumir a aceitação geral como catastrófica, o que colaborou muito para que eu percebesse o impacto real das mudanças na vida. Não que isso tenha me desencorajado a cometer outras pequenas 'loucuras repentinas'. Pelo contrário! Aprendi com isso que experimentar mudar é muito válido, mesmo que a outros olhos seja adverso. Basta apenas mudar com moderação (ou, como boa mineira, comer pelas beiradas).

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